segunda-feira, 29 de agosto de 2011

NOMEAÇÃO DOS MEMBROS TITULARES E SUPLENTES DO CONSELHO MUNICIPAL DA JUVENTUDE‏

DECRETO nº 7.261, de 08 de Agosto de 2011
DISPÕE SOBRE A NOMEAÇÃO DOS
MEMBROS TITULARES E
SUPLENTES DO CONSELHO
MUNICIPAL DA JUVENTUDE – CMJ E
DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS
O PREFEITO DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA,

usando das atribuições que lhe são conferidas pelo art. 22, § 8º, IV, da Constituição do
Estado da Paraíba, combinado com os arts. 30, IV, e 60, V e XXII, da Lei Orgânica do
Município de João Pessoa, espelhado no art. 84, VI, “a”, da Constituição Federal, em
conformidade com a Lei Municipal nº 11.820, de 11 de dezembro de 2009,

DECRETA:

Art. 1º Nomeia os Representantes, titulares e suplentes, do Conselho Municipal da
Juventude – CMJ para o biênio 2011-2013, com a composição abaixo relacionada:

I – Do Poder Público:

Secretaria de Juventude, Esporte e Recreação – SEJER
Titular: Thiago Pacheco Barbosa
Suplente: Joana Darc Ribeiro
Secretaria de Educação e Cultura – SEDEC
Titular: Valmira Alcântara do Nascimento
Suplente: Luciano Alves de Farias da Silva
Secretaria de Desenvolvimento Social – SEDES
Titular: Cira Maia
Suplente: Marcella Árbia
Secretaria de Desenvolvimento Sustentável da Produção – SEDESP
Titular: Ludmila Araújo Lucas de Carvalho
Suplente: Phablo Daniel Carneiro da Gama
Secretaria de Transparência Pública – SETRANSP
Titular: Pedro Jefesson de Oliveira
Suplente: Kayo Rodolpho Silva Oliveira
Secretaria de Ciência e Tecnologia – SECITEC
Titular: José Isidro Alves
Suplente: Andrezza Maria Costa Nery Mendes
Secretaria Municipal de Saúde – SMS
Titular: Roberto Cesar Maia de Souza
Suplente: Priscila Maria Anjos Nunes
Fundação Cultural de João Pessoa – FUNJOPE
Titular: Adriana Gonçalves Pio
Suplente: Pablo H. Nascimento
Câmara Municipal de João Pessoa - CMJP
Titular: Vereador Ubiratan Pereira (Bira)
Suplente: Vereadora Raíssa Lacerda
II – Da Sociedade Civil:
Segmento Social e Trabalho:
Titular: Elbert Chaves de Assis Catão
Segmento Cultural:
Titular: Alessandro de Lima Santos “Alê da Guerra”
Suplente: Thaise da Fonseca Gomes
Segmento Religioso:
Titular: André Virgínio dos Santos
Suplente: Patrick César da Silva
Segmento Estudantil:
Titular: Luis Augusto de Brito França
Suplente: Ana Raíssa A. Diniz Soares
Segmento Saúde e Pessoa com Deficiência:
Titular: Everton Borba de Oliveira
Segmento Étnico/racial:
Titular: Paula Cristina de Lima Silva
SegmentoMeio ambiente e Moradia:
Titular: Michael Lira Rodrigues
Segmento Diversidade Sexual e Gênero:
Titular: Bruno Raphael M. da Cunha
Suplente: Luana Flávia B. de Oliveira
Segmento Esporte:
Titular: José Darlan Simplício Júnior
Suplente: Adholpho D. F. Lobo
Parágrafo único. Os segmentos que não tiveram os suplentes indicados, poderão fazê-lo
em Plenária a ser realizada pelo Conselho Municipal.
Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

PAÇO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE JOÃO PESSOA, em 08 de agosto de 2011.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Lançamento Livros - 24 de Agosto de 2011


Encontro Nacional Universitário sobre Diversidade Sexual – Enuds

O Encontro Nacional Universitário sobre Diversidade Sexual – Enuds – é fruto da militância de estudantes dentro do movimento estudantil com a intenção de discutir a luta contra a violência homofóbica dentro das universidades brasileiras. O Encontro surgiu a partir da mobilização de estudantes para o “Ato CONUNE”, realizado em junho de 2003, durante o 49º Congresso da UNE, em Goiânia, com o objetivo de denunciar a homofobia existente dentro do movimento estudantil. 

Em novembro do mesmo ano, ocorreu em Belo Horizonte o I ENUDS, com o objetivo de discutir o combate a homofobia dentro dos estabelecimentos de ensino universitário e desde então é realizado todo ano, sempre em uma universidade diferente.  Atualmente, o evento se encontra em sua nona edição a ser realizada na Universidade Federal da Bahia (UFBA), em Salvador, entre os dias 11 e 15 de novembro, com o tema Raça e Religiosidade: Abrangendo as Fronteiras da Diversidade Sexual.

CULPADO ATÉ QUE SE PROVE O CONTRÁRIO: estudante da UFPB e membro do NENN.UFPB é vítima de racismo

 
Na Paraíba, a garantia da igualdade racial enfrenta muitos desafios, particularmente relacionados ao contexto histórico de exclusão em que a sua população negra (63%) está inserida. A sociedade possui raízes profundas numa tradição coronelista e escravocrata, associada a um modelo racista de dominação. Um traço marcante desta herança reside no fato de que, quando procuramos entender a maneira pela qual as relações raciais se apresentam numa sociedade como a nossa, podemos perceber que o racismo não existe na consciência de quem o pratica, mas sim nos efeitos de quem sofre os seus efeitos. Logo, o racismo se localiza sempre no outro, nunca nas práticas cotidianas de seus agentes. Nós, mulheres e homens da luta antirracista, nunca deixaremos de nos empenhar na denúncia desse quadro de invisibilidade que traz consigo uma coletânea de estereótipos negativos associados à negritude e reproduzidos nas relações sociais, a exemplo do que aconteceu com o nosso companheiro Danilo e que segue descrito abaixo:

“Na tarde de ontem, terça-feira, dia 16 de agosto de 2011, por volta de 14h15min, quando cheguei a uma pronta entrega de confecções, localizada nas imediações do Sistema Correio de Comunicação, na cidade de João Pessoa-PB, fui vítima de uma agressão racista. O intuito era de cadastrar-me e, conseqüentemente, tornar-me um cliente da loja, uma vez que sou um vendedor autônomo de confecções, há pouco mais de seis meses. Apesar disso, fui impedido de entrar na loja. Separados por uma porta de vidro, a funcionária me recebeu aparentando estar espantada, e para justificar tal atitude, alegou que eu não poderia entrar por ainda estarem no horário de almoço.
Questionei que enquanto cliente, que era mais de 14h, e que, além disso, havia pessoas comprando dentro do mesmo ambiente. A vendedora tentou alegar que aquele lugar só vendia por atacado, logo respondi que tinha conhecimento e desejava realizar meu cadastramento. Não satisfeita, a vendedora foi até sua gerente, que, aliás, já tinha falado comigo por telefone pela manhã, em seguida, me perguntou se já tinha cadastro na loja ou em outra pronta entrega. Respondi que apenas não tinha cadastro naquela loja, mas que já o possuía em outras.
Foi daí que a vendedora pediu os nomes das outras lojas onde eu era cadastrado. A partir desse momento não agüentei mais a situação de agressão causada pelo racismo daquelas funcionárias. E diante de tal agressão, perguntei se ela achava que eu iria assaltar a loja. Falei que não tinha cadastro e que para isso acontecer teria que, no mínimo, entrar no recinto, que ela não tava deixando acontecer, e que não daria nome algo de loja, solicitei fala com sua gerente. Novamente a vendedora foi até a gerente, depois de alguns minutos retornou com um cartão com o número da loja ou da gerente (não tenho muita certeza, pois, naquelas circunstâncias, não aceitei), e tentou me entregar pela brecha da porta, sei abri-la.
Nesse momento, novamente solicitei falar com a gerente, e a vendedora saiu e me deixa falando sozinho. Diante disso, virei para o outro lado da rua, onde tinha alguns funcionários do Sistema Correios de Comunicação, e falo: “eles não me deixam entrar na loja, eles pensam que eu sou ladrão”. De imediato o funcionário atravessa rua e vem até a loja, por coincidência o funcionário me conhece, somos da mesma comunidade, e fala mais ou menos dessa forma: “abre a porta, ele é vendedor”. No mesmo instante a gerente vem até nosso encontro e abre porta, e pergunta: “o que está acontecendo”, e eu respondo: “eu que pergunto, o que está acontecendo, faz meia hora que estou tentando entrar na loja e não consigo, eu não sou ladrão” e a mesma respondeu que aquilo era um procedimento da loja, e que faz dessa forma com todas as pessoas desconhecidas.
Então lhe dirijo a palavra novamente, e pergunto de forma irônica se eles tratavam todos desconhecidos assim. Ela responde que sim, e que só abriu a porta porque o funcionário estava com a farda. Depois disso, ela diz que poderia entrar e ficar à vontade. Detalhe, esse é o único momento que coloco meus pés no lado de dentro do ambiente da loja. De pronto respondo: “agora sou eu que não quero comprar na loja, sei por que não abriram a porta, eu vou procurar os meus direitos”, de forma irônica ela me aconselha procurar meus direitos, e fala que não é racista, ressalta que é feita de carne e osso e é cristã, como se os inventores do racismo não tivessem sido seres humanos de carne, ossos e cristãos”.

Danilo Santos, 16.08.2011.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Convite para participar do Seminário Municipal de Visibilidade Lésbica

Gostaria de convidar o NUDAS para participar do II Seminário da Visibilidade Lésbica, que acontecerá nesse dia 10 de Agosto, a partir das 8h30, no auditório do Hospital Santa Izabel. Dessa forma, estamos disponibilizando quatro vagas, preferencialmente, para mulheres bissexuais ou lésbicas. Esse Seminário é uma realização do CTA/DST/AIDS da Secretaria Municipal de Saúde, em parceria com a nossa Secretaria (SEMDH), Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para Mulheres da PMJP, SEDES e Grupo de Mulheres Maria Quitéria.
A Gerência LGBT/SEMDH está contribuindo também com a mobilização de público para o evento. Por isso, gostaria de poder contar com sua disposição e parceria para que o NUDAS possa inscrever mulheres para participarem desse momento tão importante para construção de políticas públicas voltadas para mulheres lésbicas e bissexuais. A programação está sendo fechada, tão logo a tenha, enviarei para o seu e-mail. 
Agradeço antecipadamente sua colaboração e empenho.
Beijos.
Roberta Rocha Schultz
Gerente Executiva de Direitos Sexuais e LGBT
Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana/Paraíba

E ESSA TAL DE TEORIA QUEER?


Por Bruninho Rapchaell*
 A Teoria Queer surgiu nos Estados Unidos, como proposta de uma mudança de foco dos estudos de minorias que caracterizaram a maioria dos empreendimentos na sociologia para os processos de construção da sexualidade a partir da díade hetero/homossexualidade. O termo queer mostra a presença do inconveniente e abjeto na constituição da sociedade, assim como sua re-significação positiva na teoria social.
Esta teoria promove o encontro entre uma corrente da Filosofia e dos estudos culturais norte-americanos com o pós-estruturalismo francês, que problematizou concepções clássicas de sujeito, identidade, agência e identificação (com base principalmente em Michel Foucault e Jacques Derrida).
            Segundo Souza (2008) o termo queer foi utilizado pela primeira vez por Teresa de Laurentis em uma conferência realizada na Universidade da Califórnia, em Santa Cruz, em fevereiro de 1990 a fim de teorizar sobre as sexualidades gays e lésbicas. De acordo com o autor ora citado:

Seus principais aspectos passam por um conceito de sexualidade que vê o poder sexual incorporado em diferentes níveis da vida social, expresso discursivamente e reforçado através de fronteiras e divisões binárias, assim como a problematização das categorias de sexo e gênero e de identidades em geral. (p.14)

Richard Miskolci em seu artigo intitulado “A Teoria Queer e a Questão das Diferenças: por uma analítica da normalização”[1] contribui:

A escolha do termo queer para se autodenominar, ou seja, um xingamento que denotava anormalidade, perversão e desvio, destacava o compromisso em desenvolver uma analítica da normalização focada na sexualidade. Desta forma, os teóricos queer delimitavam um novo objeto de investigação: a dinâmica da sexualidade e do desejo na organização das relações sociais.


Neste contexto, o maior foco de crítica dessa teoria é a normatividade binária que estabelece formas de viver o corpo, a sexualidade, as performatividades[2] cotidianas. Ao mesmo tempo problematiza os eternos opostos: sexo/gênero, corpo/mente, natureza/cultura, feminino/masculino - que ainda determinam nossas críticas e reflexões sobre a realidade. Butler (2003), a teórica queer mais popular no Brasil, parte da crítica ao pensamento feminista binário para propor uma forma de pensamento e vivência mais "trans", que admita sujeitos e conceitos não fixos. São conceitos que questionam e revolucionam noções como fronteira, periferia, transviado e tantos outros que ainda carregam consigo um pensamento binário. A teoria queer propõe mais que uma mudança de termos, propõe uma reviravolta no modo de pensar, como pondera Joshua Gamson:,”(...) a teoria queer e os estudos queer propõem um enfoque não tanto sobre populações específicas, mas sobre os processos de categorização sexual e sua desconstrução,”(GAMSON. 2006.p347)
Na base da teoria queer situa-se a teoria do poder de Michel Foucault. Assim a análise queer é congruente com a formulação foucaultiana, especialmente, na seguinte asseveração:
Não se deve fazer divisão binária entre o que se diz e o que não se diz; é preciso tentar determinar as diferentes maneiras de não dizer, como são distribuídos os que podem e os que não podem falar, que tipo de discurso é autorizado ou que forma de discrição é exigida a uns e outros. Não existe um só, mas muitos silêncios e são parte integrante das estratégias que apóiam e atravessam os discursos. (FOUCAULT, 2005, p. 30 apud SOUZA 2008 p. 15)

Para a teoria queer, a identidade sexual, assim como a de gênero, é uma construção social. Para ela, a identidade é sempre uma relação dependente da identidade do outro. Não existe identidade sem significação, assim como não existe identidade sem poder. Essa teoria pretende questionar os processos discursivos e institucionais, as estruturas de significação sobre o que é correto ou incorreto, o que é moral ou imoral, o que é normal ou anormal.
É importante destacarmos que a atuação deste movimento (pensamento queer) não passa por incapacitar as identidades, visto que alguns autores asseguram inclusive que não é possível dispensá-las. Outrossim, a teoria queer prefere adotar um processo de desconstrução a fim de lançar um olhar diferenciado para os processos sociais de naturalização, com o propósito de questionar os poderes que legitimam tal naturalização e não eliminá-los.
Butler aponta que mesmo que a teoria queer se oponha aos que resguardam a noção de identidade, é objetivo desta teoria não apenas tornar pando ao ativismo anti-homofóbico, mas também afirmar que a sexualidade não pode se deleitar apenas a esquemas de categorização. Assim, não se pode concluir que a teoria queer se oponha à noção de gênero ou ainda que critique quem defende esta maneira de ver o mundo. (Butler 2003).
Aqui no Brasil a literatura queer conta com uma produção qualificada. A exemplo dos trabalhos de Berenice Bento (UFRN); Richard Miskolci (UFSCAR); Miriam Pillar Grossi (UFSC); Guacira Lopes Louro (UFRGS) entre outros teóricos que compartilham teórico-metodologicamente..
Condizentes com a teoria queer acreditamos não existir uma identidade de gênero anterior a sua criação pela cultura e que estes mesmo gêneros são, de fato, performances que produzem uma identidade que dizem expressar.
Para Butler (2003) a performance repetida de gênero seria uma reprodução e também uma nova experiência de significados socialmente estabelecidos, bem como uma forma de legitimação, ou, segundo as próprias palavras da autora:

(...) atos, gestos e desejos produzem o efeito de um núcleo ou substância interna, mas o produzem na superfície do corpo, por meio do jogo de ausências significantes, que sugerem, mas nunca revelam, o princípio organizador da identidade como causa. Esses atos, gestos e atuações, entendidos em termos gerais, são performativos, no sentido de que a essência ou identidade que por outro lado pretendem expressar são fabricações manufaturadas e sustentadas por signos corpóreos e outros meios discursivos. O fato de o corpo gênero ser marcado pelo performativo sugere que ele não tem status ontológico separado dos vários atos que constituem sua realidade. (Butler, 2003, p. 194)

Assim compreendemos que esta performance não seria um ato natural do sujeito mas sim produção ritualizada. Visto que a Antropologia tem demonstrado que as formas de ser mulher em determinada cultura podem ser diferenciada em outras, como também muitas das atividades atribuídas as mulheres em uma determinada cultura podem ser atribuídas aos homens em outras.
* Bruninho Rapchaell (Membro do Núcleo Universitário pela Diversidade Afetivo Sexual - NUDAS e nas horas vagas estudante de Serviço Social pela UFPB e de Tecnologia em Desig de Interiores pelo IFPB.


[2] Mais abaixo discorremos sobre o conceito de performatividades, tendo como base teórica o pensamento de Butler.

A campanha que causa ‘estranheza’, ou a envergadura heteronormativa no movimento gay da Bahia

 Por Júlio César Sanches*
A campanha de divulgação da X Parada do Orgulho Gay da Bahia estará no ar em breve. A campanha traz o slogan: “Ser gay não é ser ‘estranho’; estranho é a homofobia”. Ao olhar o cartaz produzido pelo 'movimento homossexual hegemônico' de Salvador, uma cólera me abateu: Se esse gay branco, com aparência heterossexual, sem sinais de ‘afetação’ não é estranho, quem é estranho para a sociedade soteropolitana ou brasileira? É necessário refletir sobre o cartaz e a mensagem proposta pela campanha.

Salvador é conhecida como a cidade mais negra fora da África. Aqui, homossexuais negros estão presentes na cultura local. Raça e homossexualidade causam um misto de desejo e abjeção aos olhos de turistas e moradores da cidade, justamente, é o que é vivido na cultura local (desejo e abjeção). A cidade que, segundo dados do Grupo Gay da Bahia (GGB), é uma das mais homofóbicas do Brasil, não sabe representar qual homossexual sofre homofobia? Fiquei me perguntando qual modelo de homossexual ‘representaria’ aqueles/aquelas que sofrem cotidianamente ataques homofóbicos, assédio moral, violências simbólicas e materiais só porque que são o que são.

Por que não é a representação de um homossexual negro que está no cartaz produzido pelo movimento homossexual, ou melhor, por que não é uma travesti, uma lésbica masculinizada? Percebo que a campanha protagonizada pelo Movimento Gay da Bahia está marginalizando ainda mais as identidades sexuais que não se conformam com a lógica heteronormativa. Na Bahia, as línguas já dizem: a Bahia é gay! Mas um dia será travesti? Um dia será lésbica?...Indo mais longe nas discussões, devemos nos questionar qual modelo de homossexual é exposto como ‘normal’ para que a sociedade heteronormativa possa ‘acolher’ tal representação.

A representação homossexual ‘idêntica’ com a heterossexualidade é usada pela campanha da X Parada do Orgulho Gay da Bahia como ferramenta de visibilidade homossexual. Porém, devemos abrir os olhos e ver que as homossexualidades vistas como patológicas, sujas e doentias ainda estão subjugadas ao olhar daqueles/daquelas que nos violentam nas ruas, praças, instituições de ensino e na própria mídia brasileira.

Essas são as palavras de um homossexual que lê teoria queer, de um homossexual que vive na periferia da cidade, de um homossexual que não suporta mais ser representado por imagens e modelos que só fazem violentar ainda mais a EXISTÊNCIA de pessoas iguais a mim. Sou negro, sou homossexual e mereço respeito.


Tenho que deixar bem claro que a estranheza da campanha da X Parada do Orgulho Gay de Salvador está na ocultação e marginalização de identidades e performances de gênero que não dialogam com os valores hegemônicos vendidos pela mídia em nome de uma aceitação social. Queremos o nosso direito de existir, queremos o direito de reconhecimento da nossa dignidade humana.

Minhas inquietações não cessam. Ainda estou a me perguntar por que o 'movimento homossexual hegemônico', e suas reminiscências, utilizam de representações que buscam ‘embranquecer’ os homossexuais da Bahia. Por que a homossexualidade da campanha do GGB é normal? Essa representação só faz colocar os homossexuais velhos, feios, pobres e afetados no espaço da invisibilidade. Somos os corpos abjetos, corpos sujos e sem valor social de uma homossexualidade que está passando por cima de tudo para ‘aparecer bonita, branca e heteronormativa’ nas fotografias.
 
*Júlio César Sanches é estudante de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela UFRB e membro do Coletivo AQUENDA! de diversidade sexual.
 

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

RECEPÇÃO AOS FERAS DE COMUNICAÇÃO E PEDAGOGIA DA UFPB

Olá, feras e veteran@s!



O Projeto Cinestésico - Cinema e Educação da UFPB, o Coletivo COMJunto, o Cineclube Jomard Muniz de Britto, o Blog Cartaz de Cinema, o Observatório da Mídia Paraibana, a Linha de Pesquisa Linguagens Audiovisuais, Formação Cidadã e Redes de Conhecimento do Grupo de Pesquisa Políticas Públicas, Gestão Educacional e Participação Cidadã do Programa do Pós-Graduação em Educação do Centro de Educação da UFPB,Instituto Multidisciplinar e a Licenciatura em Educação do Campo da UFRRJ convidam para às 14h de 08 de agosto, segunda-feira, no Auditório do Centro de Educação da UFPB, assistir à MOSTRA ITINERANTE do IV FOR RAINBOW – Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual, que promove a exibição e o debate de curtas metragens com temáticas LGBT, conforme as informações encontradas no site oficial da Mostra http://www.forrainbow.com.br/itinerante.html

Após a exibição, acontecerão debates sobre o tema com membros representantes dos coletivos organizadores, alguns realizadores paraibanos e  convidados externos como a Professora Doutora Marília Lopes de Campos da UFRRJ. A sessão é gratuita e aberta ao público.
Aqui na Paraíba, A atividade faz parte do evento de recepção aos "feras", estudantes calouros dos Cursos de Comunicação Social, Mídias Digitais e Pedagogia, promovido pelo Coletivo COMjunto, o Cinestésico, em parceria com o Observatório da Mídia Paraibana e o Portal Cartaz de Cinema.
A MOSTRA ITINERANTE do IV FOR RAINBOW – Festival de Cinema e Cultura da Diversidade Sexual, acontecerá aqui na UFPB e em mais 149 cineclubes de todo o Brasil, com filmes premiados e outros títulos exibidos nesta edição do festival. Estes filmes estarão concorrendo ao troféu Artur Guedes de Melhor Filme, selecionado por júri popular, em todas as localidades de exibição.

A Mostra Itinerante do IV For Rainbow será realizada em parceria com o Conselho Nacional de Cineclubes, dentro do programa “Mostra Cá que Eu Mostro Lá".

Os cineblubes que participarão da itinerância do For Rainbow foram selecionados por chamada pública. As inscrições foram feitas on line. Foram selecionados 50 cineclubes cearenses e mais 100 dos outros estados brasileiros, dentre eles, o Projeto Cinestésico.

Estes cines receberam uma belíssima maleta artesanal com o “kit For Rainbow”, contendo um DVD com filmes de curta e média metragem exibidos durante o IV For Rainbow, um catálogo, um CD com produtos gráficos para reprodução e textos de interesse da questão LGBT, um cartaz, produtos artesanais com motivos LGBT e camiseta para sorteio ao público das sessões itinerantes.

PROGRAMAÇÃO DE CURTAS DA MOSTRA ITINERANTE:
(tempo total: 104 minutos)

Brincos de estrelas (RJ)
Direção: Marcela Bertoletti
Fic, 19 min, 2008
Brincos de Estrela conta a história da descoberta do amor entre duas amigas.

Depois de tudo (RJ)
Direção: Rafael Saar
Fic, 12 min, 2008
Depois do Adeus, veio a espera. Depois da espera, veio o retorno. Depois de tudo, eles desejam estar juntos e um dia é suficiente para esperar o seguinte.

E agora Luke (RJ)
Direção: Alan Nóbrega
Ani, 04 min, 2010
Luke é um rapaz que está iniciando a sua vida adulta e é obrigado a se defrontar com os seus valores religiosos, morais, sociais, após um segredo seu ser descoberto.

Ensaio de cinema (RJ)
Direção: Allan Ribeiro
Exp, 15 min, 2009
Ele dizia que o filme começava com uma câmera muito suave, com um zoom muito delicado e avançava em busca de Bardot.

Eu não quero voltar sozinho (SP)
Direção: Daniel Ribeiro
Fic, 17 min, 2010
A vida de Leonardo, um adolescente cego, muda completamente com a chegada de um novo aluno em sua escola. Ao mesmo tempo ele tem que lidar com os ciúmes da amiga Giovana e entender os sentimentos despertados pelo novo amigo Gabriel.

Felizes para sempre (SP)
Direção: Ricky Mastro
Doc, 07 min, 2009
Felizes para Sempre faz parte do projeto "Fuking Diferent São Paulo". Essa era a ideia inicial do projeto "achar um casal gay que estivesse junto há décadas" e as personagens foram selecionadas através de um site e de entrevistas com o diretor Ricky Mastro e assistentes de direção Lilian Baldo e Rodrigo Dorado.

GLOSSário (CE)
Direção: Fabinho Vieira
Exp, 02 min, 2008
Duas travestis, com todo seu carisma e encanto, revelam os significados dos termos e gírias próprios e que já caíram no gosto popular.

Homofobia, lesbofobia e transfobia (DF)
Direção: Felipe Fernandes
Doc, 09 min, 2008
O vídeo busca refletir sobre as categorias usadas por ativistas lésbicas e travestis para se falar das violências contra suas identidades. Trazendo vozes sobre os usos dessas categorias, esquadrinha algumas aproximações e distâncias entre a pauta específica destas em relação ao "segmento" como um todo. Mostra situações em que o "ser lésbica" e o "ser travesti" produziram particularidades no que tange a discriminação e a violência.

Sem Purpurina - Realidade LGBT Na Baixada Santista (SP)
Direção: Fernanda Balbino, Lara Finochio, Lívia Carvalho e Xenda Amici
Doc, 15 min, 2009
O documentário mostra os sonhos, as alegrias, os dramas e a luta contra o preconceito sob a visão da comunidade GLBTT e especialistas.

On my Own (CE)
Direção: Yuri Yamamoto
Exp, 04 min, 2008
Um garoto numa eterna busca: a procura de sua identidade, de forças para ser quem é, de alguém para apoiá-lo. Dúvidas e certezas, dois opostos tão naturais nessa idade.

Pretendemos fazer um diferencial, exibindo também alguns vídeos paraibanos do DVD "A Máquina Virou":

"Amanda e Monick", de André Pinto
"Paola", de Eduardo Chaves
"Homens", de Bertrand Lira
"Depois da curva", de Helton Paulino

Cineclubes selecionados por Região

Norte
Abdec/Ac - Cineclube Opiniões (Rio Branco - Acre)
Abdec-Pa / Cineclube Pedro Veriano (Belém - Pará)
Cine Maiandeua (Belém - Pará)
Cine Paraíso (Macapá - Amapá)
Cineclube Baré (Manaus - Amazonas)
Cineclube Cocar (Rio Branco - Acre)
Cineclube Nangetu/ Projeto Azuelar – Instituto Nangetu (Belém – Pará)
Cineclube Ti Bamburucema (Belém - Pará)
Cineoca, De Lírio (Porto Velho - Rondônia)
Coletivo Difusão Amazonas (Manaus - Amazonas)
Comunidade Corrente Do Bem (Rio Branco - Acre)
Paracine (Belém - Pará)
Rede [Aparelho]-: (Belém - Pará)
Santa Rosa Do Purus (Santa Rosa Do Purus - Acre)
Uni Escola Cinema (Vigia De Nazaré - Pará)

Nordeste
Asderbaica – Associação Para O Desenvolvimento Comunitário De Radio Difusão Do Bairro Da Assembleia De Incentivo A Cultura Esporte E Lazer (Cruz Das Almas - Bahia)
Associação Comunitária Mãe Da Divina Providência – Cineclube Jaguar (Jaguarana - Ceará)
Associação Cultural De Ubaitaba (Ubaitaba - Bahia)
Associação Literária E Cultural De Coruripe (Coruripe - Alagoas)
Asttrac (Camocim - Ceará)
Aurora Filmes (Recife - Pernambuco)
Casa De Cultura Júlia Rocha (Nazarezinho - Paraíba)
Centro Cultural Do Bom Jardim (Fortaleza - Ceará)
Centro Cultural João Ferreira Da Silva (Piaçabuçu - Alagoas)
Centro Formador De Recursos Humanos/Escola Técnica Do Sus-Pb. (João Pessoa - Paraíba)
Cepam (Morada Nova - Ceará)
Cine Aratanha (Pacatuba - Ceará)
Cine Brincadeiras (Fortaleza - Ceará)
Cine Clube Expresso Br (Fortaleza - Ceará)
Cine Cururu (Fortaleza - Ceará)
Cine Debate (Recife - Pernambuco)
Cine Dos Icós (Icó - Ceará)
Cine Ibiapina (Ibiapina - Ceará)
Cine Molotov (Fortaleza - Ceará)
Cine Olho D'água (Horizonte - Ceará)
Cine Poty (Crateús - Ceará)
Cine Rua (Eusébio - Ceará)
Cine Taquarana (Taquarana - Alagoas)
Cineclube Arte 7 (São Raimundo Nonato - Piaúi)
Cineclube Arte E Cultura (São Raimundo Nonato - Piauí)
Cineclube Curta Doze E Meia (Recife - Pernambuco)
Cineclube De Antonina Do Norte (Antonina Do Norte - Ceará)
Cineclube De Cruz (Cruz - Ceará)
Cineclube Espia Só (Fortaleza - Ceará)
Cineclube Garatuja (Tianguá - Ceará)
Cineclube O Cinema Vai A Escola (Salvador – Bahia)
Cineclube Orlando Vieira (Aracaju - Sergipe)
Cineclube Ouricine (Ouriçangas - Bahia)
Cineclube Praça De Iròko (Itabuna - Bahia)
Cinelapa - Cineclube Amélia Rodrigues (Amélia Rodrigues - Bahia)
Cinestésico (João Pessoa - Paraíba)
Companhia Teatral Mestres Da Graça (Palmeira Dos Índios - Alagoas)
Difusão Cultural De Atibaia – Unidade Caatiba/ Ba (Caatiba - Bahia)
Instituto Aptus De Educação, Arte, Cultura E Ação Social (Pacatuba - Ceará)
Juriti (Juazeiro e Crato - Ceará)
Nascedouro Cineclube (Olinda - Pernambuco)
O Cinema Vai À Escola (Salvador - Bahia)
Ong História Viva - Cineclube Estação (Independência - Ceará)
Pentecoste (Pentecoste - Ceará)
Peuqenos Produtores Artesanais De Siribinha (Conde - Bahia)
Saudáveis Subversivos / Barracão Cine Clube (Maceió - Alagoas)
Tela Tudo Clube De Cinema-Ideário (Maceió - Alagoas)
Tintin Cineclube (João Pessoa - Paraíba)

Centro-Oeste
Cem Integrado À Ed. Profissional Técnica Do Gama – (Cemi Gama - Distrito Federal)
Centro De Ensino Médio 414 (Samambaia - Distrito Federal)
Cine Navegantes (Aripuanã - Mato Grosso)
Cineclube Almas De Vidro (Samambaia - Distrito Federal)
Cineclube Ced 01 (Cruzeiro Velho - Distrito Federal)
Cineclube Darcy Ribeiro (Brasília - Distrito Federal)
Cineclube Nelson Pereira Dos Santos (Jataí - Goiás)
Espaço Cultural Vila Esperança / Cine Vila (Goiás - Goiás)
Inca - Instituto Cultural América (Cuiabá - Mato Grosso)

Sudeste
Abd Capixaba (Vitória - Espírito Santo)
Casa De Cultura Cássia Afonso De Almeida (Mateus Leme - Minas Gerais)
Centro De Apoio A Diversidade - Cad Limeira (Limeira - São Paulo)
Ceunsp (Salto - São Paulo)
Cine Chega Mais (Rio De Janeiro - Rio De Janeiro)
Cineclube Badaró (Guaçuí - Espírito Santo)
Cineclube Bordel Sem Paredes (Juiz De Fora - Minas Gerais)
Cineclube Da Funec (Contagem - Minas Gerais)
Cineclube Do Conselho Popular De Vitória (Cpv) (Vitória - Espírito Santo)
Cineclube Do Nós - Grupo Teatral Nós Da Rua (São João Da Barra - Rio De Janeiro)
Cineclube Guadala (Vila Velha - Espírito Santo)
Cineclube Jaguarão (Jaguarão - Rio Grande Do Sul)
Cineclube Maria Sena (Caratinga - Minas Gerais)
Cineclube Mate Com Angu (Duque De Caxias - Rio De Janeiro)
Cineclube Monte Azul (Monte Azul - São Paulo)
Cineclube Na Cidade (Jundiaí - São Paulo)
Cineclube Osvaldo De Oliveira (Itu - São Paulo)
Cinekbça (Vitória - Espírito Santo)
Difusão Cineclube De Atibaia (Atibaia - São Paulo)
Fundação Cultural De Uberaba (Uberaba - Minas Gerais)
Instituto Cultural Joaquim Ribeiro Sadi – Cineclube Sadi Ribeiro (Ipatinga - Minas Gerais)
Instituto De Imagem E Cidadania (Bom Jardim - Rio De Janeiro)
Mgd - Movimento Gay De Divinópolis (Divinópolis - Minas Gerais)
Mgs – Movimento Gay E Simpatizante Do Vale Do Aço (Ipatinga - Minas Gerais)
Museu De História E Ciências Naturais (Além Paraíba - Minas Gerais)
Ong Cisane (Nova Iguaçu - Rio De Janeiro)
Piranga (Piranga - Minas Gerais)
Prefeitura Municipal De Platina (Platina - São Paulo)
Secretaria Municipal De Cultura De Américo Brasiliense (Américo Brasiliense - São Paulo)
Sinprominas (Belo Horizonte - Minas Gerais)


Sul
Cine Inovare (Ilópolis - Rio Grande Do Sul)
Cineclio (Santiago - Rio Grande Do Sul)
Cineclube A Hora Mágica (Londrina - Paraná)
Cineclube Laguna (Laguna - Santa Catarina)
Cineclube Meu Boi Viveu (Jaguaruna - Santa Catarina)
Cineclube Pescadores Em Rede – Fundação Municipal De Cultura (Bombinhas - Santa Catarina)
Matakiterani Associação Cultural (Lages - Santa Catarina)
Ponto De Cultura Teatro Vivo (Jaraguá Do Sul - Santa Catarina)

Esperamos vocês!!!!

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

“O Diário de Márcia” leva discussão LGBT à Câmara Municipal



Numa sessão especial na Câmara Municipal de João Pessoa, nesta quarta-feira (3), às 16h30, será exibido o curta-metragem “O Diário de Márcia”, documentário de 20min dirigido por Bertrand Lira, professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). O filme é mais um produto da Cooperativa Filmes a Granel que foi criada para viabilizar obras audiovisuais de baixíssimo orçamento.
 
Esse documentário apresenta um relato pessoal e intimista da pedagoga e cerimonialista da Câmara Municipal de João Pessoa, Márcia Gadelha, transexual paraibana, 46 anos, que conta o dilema de viver o universo feminino num corpo de homem. Ela será a primeira transexual a ser submetida na Paraíba ao procedimento de mudança de sexo pelo Sistema único de Saúde (SUS). A partir do ponto de vista da própria protagonista, documenta sua história utilizando uma narrativa em tom intimista nos moldes de um diário, em primeira pessoa, onde Márcia “faz anotações” de momentos importantes de sua existência: a infância, a adolescência e a fase adulta.
 
Após a exibição, será realizado um debate com o diretor do filme Bertrand Lira, a personagem do título Márcia Gadelha, funcionária da Casa, os professor Nelson Gomes Júnior, chefe do Departamento de Ciências Jurídicas da UFPB; José Neto, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB;  o vereador Bira, autor da propositura; a vereadora  Sandra Marrocos, presidente da Frente Parlamentar de Combate à Homofobia;  a ambientalista e ex-vereadora Paula Frassinete; Simone Jordão, presidente da Funad; Luciano Bezerra, presidente do MEL - Movimento do Espírito Lilás; Tânia Brito, da Ouvidoria do Município e Iraê Lucena, presidente do Centro de Referência da Diversidade Humana do Estado.
 
Para o crítico de cinema João Batista de Brito, “a dramática e cativante figura de Márcia já seria suficiente para tornar qualquer filme interessante, porém, o grande lance no filme de Bertrand Lira é que ele, para se afirmar como cinema, não se rende completamente ao conflito de que partiu. Se se rendesse, seria tão somente um registro jornalístico. E não é. Na verdade, o seu mérito maior consiste em um sutil e indescritível equilíbrio entre o mimetismo realista e a invenção fílmica.”
 
Com esta obra audiovisual, Bertrand Lira pretende colocar a discussão sobre a violência social contra os que agem e pensam diferente. “Discutir essa questão se reveste de importância no contexto atual de luta e militância pela aceitação e afirmação social dos grupos LGBT. Além do conteúdo pedagógico que a proposta se reveste, pois o desconhecimento do outro gera o medo, o preconceito e a violência”, conclui o cineasta que também assina o argumento e roteiro do filme.
 
O documentário tem o apoio do Sebrae-PB, Núcleo de Produção Digital (NPD-PB), Aliança Francesa e Pigmento Cinematográfico. Com ele, Bertrand finaliza sua trilogia sobre a intolerância sexual iniciada com dos documentários “Homens” (2008), co-dirigido com a capixaba Lúcia Caus, e “O Rebeliado”, seu primeiro longa-metragem, patrocinado pelo Fundo Municipal de Cultura (FMC).
 
Contatos: Bertrand Lira (83) 8877-4747

OFICINA DE DEFESA PESSOAL PARA MULHERES - PARTICIPE!

‘’Se não posso Dançar, não é minha Revolução’’.

Emma Goldman.

O Coletivo Teimosia é um coletivo autônomo, formado por mulheres e lésbicas feministas que acreditam no rompimento do Medo e do Silêncio, provocados pelo machismo que violenta diariamente mulheres e meninas.  Lutamos pela Autonomia e Liberdade das MULHERES.
Por acreditarmos e vivermos esta autonomia, no dia 06 de agosto de 2011 (sábado), no Pogo Pub – Centro Histórico, estaremos realizando a festa “Se não posso dançar, não é minha revolução”,  com o intuito  de dialogarmos sobre Feminismo Autônomo e suas diferentes formas de ação. Na festa, lançaremos o segundo volume da cartilha “Mulheres Anarquistas: o resgate de uma história pouco contada”. A cartilha conta as histórias de grupos e de mulheres anarcofeministas, anarquistas e anarcopunks, do Brasil e de outras partes do mundo.
 
 Compartilharemos neste dia esta programação:
 
10h - Oficina de Wendo - auto defesa feminista

12h - Almoço
 
14h - Bate papo sobre Feminismo Autônomo e lançamento da cartilha “Mulheres Anarquistas: o resgate de uma história pouco contada”
 
16h - Intervenções artísticas na cidade
 
Por querermos estimular e estabelecer a solidariedade e união entre as mulheres, lembramos que esta atividade será só para mulheres e lésbicas.  Para participar da oficina de auto-defesa feminista, que é gratuita, é importante fazer sua inscrição antecipada através do e-mail coletivowendo@gmail.com São apenas 10 vagas. Garanta a sua! Convide suas amigas, mãe, irmãs, namorada, tia, prima, e participe! Traga seu copo para ajudarmos na preservação do meio ambiente e seu lanche/ refeição para o almoço.

O que é Wendo? 

 

WenDo é uma prática de auto-defesa que surgiu no Canadá entre as décadas de 60 e 70, por meio de mulheres de uma família que praticavam vários tipos de artes marciais. Ao ficarem sabendo que sua vizinha havia sido espancada e estuprada dentro de sua casa, vindo a morrer por conseqüência das agressões, elas decidiram organizar um programa que reunisse técnicas fáceis para que as mulheres pudessem usar de forma efetiva e sem necessidade de força ou condicionamento físico.
Assim como o movimento feminista, o WenDo foi se transformando ao longo do tempo e mantém-se em contínua construção. Não se trata somente de um conjunto de técnicas para que as mulheres possam se defender de uma possível agressão. O WenDo é uma prática que permite que as mulheres reflitam sobre a violência de gênero e, assim, aprendam a se prevenir e a se defender. É um espaço de fortalecimento e empoderamento das mulheres.
O WenDo é uma prática que se tornou referência para o movimento feminista do Canadá e da Europa e vem sendo amplamente difundida em outras partes do mundo. Na América Latina já existem grupos de referência na Argentina e no Brasil, promovendo oficinas e discussões sobre a questão da violência contra a mulher.

Maiores informações no blog www.wendoteimosia.blogspot.com